domingo, 15 de setembro de 2019

Mostra Cinema e Direitos Humanos -

Quinta-feira, dia 12, às 17 horas, no Porão da Faculdade,  integrando as atividades da disciplina, e no marco da 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, com a efetiva e indispensável presença do Centro Acadêmico Ferreira Viana, assistimos três documentários - À Espera, Era um Garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones e Nós - e promovemos interessante diálogo.

Com  os professores convidados, Daniel Brod de Sousa e Gustavo Gazalle, e a participação dos alunos de Arte e Representação sobre o Crime, controle e punição, e demais estudantes da Faculdade de Direito da UFPel, a atividade se estendeu até às 19h30.

Temas como casamento infantil, violência sexual contra crianças e adolescentes, violência contra a mulher estiveram em pauta.

Como traduzi, numa palavra, foi SHOW.



Agradeço, uma vez mais, aos estudantes, ao CAFV, aos meus alunos, e aos professores que estiveram conosco, pela animada parceria.




Abaixo, algumas imagens desse encontro.









segunda-feira, 9 de setembro de 2019

12ª MOSTRA CINEMA E DIREITOS HUMANOS

Na próxima quinta-feira, dia 12/09, às 17 horas, no Porão do Centro Acadêmico Ferreira Viana - CAFV - haverá exibição de documentários, seguida de diálogo e debate entre alunos e professores.

A proposta da disciplina Arte e Representação sobre o Crime, o Controle e a Punição ganhou a parceria do CAFV, e passamos a integrar o Circuito Difusão - Cinema, Cultura e Educação em Direitos Humanos,  uma produção do Instituto Cultura em Movimento e realização do Ministério da Cidadania (Brasil).

Os alunos escolheram três documentários - À Espera (temática: direito das mulheres e direitos da criança e do adolescente;  Era um garoto que como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones (temática: direito das pessoas deficientes); Nós (direitos dos refugiados/imigração), e convidaram diversos professores para fomentarem o diálogo e o debate acerca de temas relevantes na promoção e efetivação dos Direitos Humanos.

Um evento imperdível! Não fique de fora!

Fica o convite a todos!

domingo, 8 de setembro de 2019

A propósito do beijo na HQ




Intróito

Há duas semanas lancei um desafio aos meus alunos da disciplina de Arte e Representação sobre o Crime, o Controle e a Punição: dentro do universo dos discursos, das identidades e das representações nas Histórias em Quadrinhos (HQs)  fiz a proposta de pesquisarem e elegerem personagem de HQs para relacioná-lo com a temática da disciplina (crime, controle e punição). Ou seja, minha ideia era provocá-los para a arte das HQs, porque elas são um contributo importante para reflexão da própria sociedade (*).

Pois bem, esse fim de semana foi de agitada movimentação jurídico-processual, envolvendo a Prefeitura do Rio de Janeiro, a Bienal do Livro, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e, por fim, o Supremo Tribunal Federal.

Motivo

História em Quadrinho (HQ) - “Vingadores - A Cruzada das Crianças”,  publicação na qual há uma cena – um quadrinho – com dois homens se beijando. Veja abaixo.



Cronografia

Na quinta-feira o Prefeito do Rio de Janeiro sinaliza numa de suas redes sociais que a HQ tinha um beijo gay, e que estava disponível na Bienal. Segundo divulgado, o Prefeito Marcelo Crivella entendia que a mencionada imagem feria o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Na sexta-feira, os Fiscais da Prefeitura – provavelmente animados pelo Prefeito – visitaram a Bienal com a finalidade de identificar HQs que pudessem violar o ECA, ou de conteúdo impróprio, da série Vingadores ou  de outra qualquer. Ao que se divulgou nada encontraram de inadequado, pois que toda comercialização atendia as condições, inclusive de lacres e invólucros quando necessários.

Ainda na sexta-feira, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tomava decisão liminar em Mandado de Segurança Preventivo, interposto pela Bienal do Livro do Rio, para impedir a Prefeitura de aprender livros no local  e/ou cassar o alvará do evento.

No sábado, a referida liminar foi suspensa pelo Tribunal de Justiça, em decisão do Presidente Claudio de Mello Tavares.  Segundo foi divulgado no site do TJRJ, “em face de decisão monocrática, proferida pelo Desembargador Heleno Ribeiro Pereira Nunes (5ª Câmara Cível), nos autos do Mandado de Segurança (Processo Nº 0056881-31.2019.8.19.0000), a ordem do Prefeito Marcelo Crivella de fiscalização e apreensão de publicações com conteúdos impróprios volta a valer, entendendo que as obras que possuem ilustrações com o tema da homossexualidade atentam contra o ECA e, portanto, devem ser comercializadas em embalagens lacradas.

Ainda no sábado, os Fiscais da Prefeitura retornaram à Bienal, para outra investida e, segundo divulgado, circularam à paisana para, mais uma vez, buscar a HQ Vingadores – A cruzada das crianças  ou outra publicações que possuíssem protagonistas homossexuais ou LGBTs.

Por fim, no Domingo, em sede de Supremo Tribunal Federal, o Ministro DiasToffoli acatou pedido da Procuradoria Geral da República, e arrasou a medida do TJRJ, autorizadora à censura de obras da Bienal do Livro.

Dias Toffoli sustentou que o regime democrático pressupõe um ambiente livre de trânsito de ideias, e que a imagem do beijo entre dois super-heróis homens na HQ Vingadores – A Cruzada das Crianças, não afronta o ECA e, portanto, não justifica que as obras sejam lacradas ou recolhidas. 

Para o Presidente do STF, a decisão do Presidente do TJRJ, “findou por assimilar as relações homoafetivas a conteúdo impróprio ou inadequado à infância e juventude, ferindo, a um só tempo, a estrita legalidade e o princípio da igualdade”. Para ele “o regime democrática pressupõe um ambiente de livre trânsito de ideias, no qual todos tenham direito a voz. 

De fato, a democracia somente se firma e progride em um ambiente em que diferentes convicções e visões de mundo possam ser expostas, defendidas e confrontadas umas com as outras, em um debate rico, plural e resolutivo”.  

Asseverou, “não há como extrair do ECA correlação entre publicações cujo conteúdo envolva relacionamentos homoafetivos com a necessidade de obrigação qualificada de advertência”.

O Direito

Primeiramente cumpre indagar o seguinte: se o beijo da HQ fosse entre homem e mulher, haveria ocorrido todo esse embate jurídico-processual?  Fossem os personagens um homem e uma mulher, o tratamento dispensado – e a reprovação de alguns – ocorreria?

Vivemos num país democrático, plural, diverso, no qual o princípio da dignidade humana é corolário de outros, dentre os quais o de igualdade, de liberdade e da honra.

Não há qualquer sentido em compreender-se conteúdo impróprio ou inadequado na imagem da HQ  - A cruzada das crianças - por várias razões.  Mas apenas uma delas já serviria para colocar por terra a visão moralista, de preconceito de sexo e de orientação sexual: vivemos num contexto de família plural, diversa, afetiva.

Sendo assim,   inexiste obscenidade ou mácula à honra de quem quer que seja, tampouco conteúdo ofensivo ou de apelo pornográfico na imagem dos protagonistas que se beijam. 

Não é possível acreditar que possa existir quem, juridicamente, compreenda que a imagem atente contra o Estatuto da Criança e do Adolescente ante a realidade em que vivemos, na qual os casamentos e as uniões homoafetivas estão reconhecidos; no contexto em que a adoção de crianças por casais homossexuais é direito do casal e, ao mesmo tempo, direito da criança; nos cenários de novas conformações e arranjos familiares, muitos deles formados por casais homoafetivos, com filhos. 

Quer dizer, então, que o beijo, manifestação de amor, de afeição, está reservado, apenas e tão somente, aos casais heterossexuais? As crianças não podem ver e reconhecer essa demonstração de afeto quando e se os seus pais são um casal homoafetivo?

Como é possível justificar-se  o pensamento do eminente presidente do TJRJ que conseguiu fundar sua decisão no fato de o tema da homossexualidade atentar contra o ECA ?

Vejam que o artigo 79 do Estatuto da Criança e do Adolesceente – Lei 8069/90 – dispõe que as revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Ora, a família que deve ser respeitada, em seus valores éticos e sociais, é essa, plural, diversa, que no direito, no seu ramo de estudo, passou a ser nominada Direito das Famílias, porque abrange a família matrimonial – formada pelo casamento  homo ou hetero;  família informal – formada pela união estável de casais hertorssexuais ou homoafetivos ; e por tantas outras  (monoparental, unipessoal etc) que não interessam no contexto desse pequeno escrito.

Foi preciso que o STF viesse dizer o óbvio, mandando um recado para o TJRJ que, por seu presidente, deixou explicito que o problema não era o beijo, mas quem estava beijando, em evidente postura e decisão discriminatórias. O Ministro Gilmar Mendes resssaltou, inclusive, que chamar de conteúdo impróprio uma publicação de temática LGBT é atribuir um desvalor a imagens que envolvem personagens homossexuais, e que em nenhum momento cogitou-se de impor as mesmas restrições a publicações que veiculassem imagem de beijo entre casais heterossexuais.

E, por fim, não devemos esquecer: homofobia é crime, conduta, aliás, equiparada ao racismo!


(*) Trabalhos ainda não apresentados.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Produção de Artigos sobre Prisão? Temos!




Olá,


A visita técnica que realizamos na Cadeia Pública de Porto Alegre, no dia 31 de maio, resultou em vários produtos. Além dos relatórios de avaliação produzidos pelos alunos, impulsionou a produção de artigos e, inclusive, de apresentação de Resumo no  I Seminário de Ciência Política da UFPel a ocorrer nos dias 22 e 23 de agosto.

Fico muito feliz em poder instigar meus alunos à produção de artigos sobre a temática da Prisão, porque embora as discussões em torno dela sejam recorrentes, em tempos de hiperencarceramento é aconselhável mantermos o tema em pauta, especialmente considerada a superlotação da Cadeia Pública de Porto Alegre, e as condições gerais do estabelecimento prisional que puderam ser percebidas pelos alunos.

Na próxima quinta-feira, dia 15 de agosto,  recomeçamos, com a temática HQ e sua relação com o crime. Que tal pesquisar sobre histórias em quadrinhos e a relação com o crime, com a violência e o controle social?

Até lá.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Visita Técnica ao Presídio Central de Porto Alegre e Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso

Nesta sexta-feira, dia 31/05/2019,   alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas, das disciplinas de Direito Penal I, Direito Penal II e Arte e Representação sobre o Crime, Controle e Punição, participarão de Visita Técnica ao Presídio Central de Porto Alegre e Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso.
Presídio Central de Porto Alegre

Também estarão participando da visita os alunos do Curso de Direito e de Tecnologia em Segurança Pública da Universidade Católica de Pelotas.

No total, 33 estudantes estarão envolvidos na atividade, e serão acompanhados pelas Professoras Ana Cláudia Lucas e Ana Luíza Barcellos.

A iniciativa conjunta das professoras, Ana Cláudia Lucas, Ana Luiza Barcellos e Marina Ghiggi, reunindo estudantes de ambas as Universidades  - UCPel e UFPel - tem como escopo oportunizar a análise e observação prática da execução da Pena Privativa de Liberdade e de Medidas de Segurança, bem como o conhecimento e a organização administrativa do Sistema Prisional e a sistemática carcerária quanto à execução das penas e das medidas de segurança e suas finalidades.

Instituto Psiquiátrico Forense
Os estudantes da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas elaborarão, a partir da visita, uma escrita crítica - cuja proposta está abaixo indicada - que servirá de base para futuros diálogos em sala de aula, no compartilhamento da experiência com outros colegas.

Os participantes também estarão sendo estimulados a escritura de artigos para publicação, conjunta ou individual.




Atividade:

Universidade Federal de Pelotas
Faculdade de Direito
Disciplinas:  Arte e Representação sobre Crime, Controle e Punição e Direito Penal I
Profª. Ana Cláudia Vinholes Siqueira Lucas

Visita Técnica ao Presídio Central de Porto Alegre e Instituto Psiquiátrico Forense
Data: 31/05/2019

Proposta: Escrita Crítica
Por trás das Grades – Relato sobre a Visita Técnica ao Presídio Central de Porto Alegre


                Faça um relato sobre a visita técnica realizada, analisando, criticamente, a unidade visitada e o sistema prisional do RS. 

Obs: Atividade obrigatória para os matriculados em Arte e Representação sobre Crime, Controle e Punição e, facultativa, para os demais alunos da UFPel.


quinta-feira, 23 de maio de 2019

Juízo - O Filme (Atividade para hoje, 23 de maio)




Juízo é um documentário que acompanha a trajetória de jovens com menos de 18 anos de idade diante da lei.
 Meninas e meninos pobres entre o instante da prisão e do julgamento por roubo, tráfico, homicídio.
Como a identificação de jovens infratores é vedada por lei, no filme eles são representados por jovens não-infratores que vivem em condições sociais similares.
O documentário de Maria Augusta Ramos, tal como outro intitulado Justiça, acompanha o cotidiano de pessoas (juizes, promotores, defensores, familiares, jovens infratores), nas salas de audiência, nos cartórios forenses, nos corredores do fórum, seus discursos, os códigos, as posturas.
Nestes documentários, nada há semelhante às produções norte americanas, com os chamados "filmes de tribunal".

Juízo retrata a realidade!


sexta-feira, 17 de maio de 2019

Universidade na Rua - Faculdade de Direito mostra a cara

Um sábado para botar a Universidade na Rua, e a disciplina de Arte e Representação sobre Crime, Controle e Punição estará representada.

Vamos levar uma pequena mostra - em forma de banners muito artesanais - daquilo que temos dialogado nessa tão desafiadora disciplina que tem, a partir de diversas manifestações artísticas, e amparada em bibliografia,  refletido sobre temas de Criminologia, Direito e Processo Penal que nos são caros.


A produção que vai para a rua amanhã é fruto de um trabalho reflexivo sobre a cidade, o grafite, o picho, arte e crime, que permitiu-nos  discutir sobre a maximação do Direito Penal, o abolicionismo penal, a descriminalização, a ofensa aos princípios penais, em especial o da ultima ratio e o da proporcionalidade, sobre o poder do Estado, a seletividade penal etc...

Quisera, mesmo, que pudéssemos fazer uma aula aberta, para que as pessoas, ao transitar pela Praça Coronel Pedro Osório,  pudessem ver o tamanho da 'balbúrdia' que temos feito.

Isso não será possível, mas elas poderão ver o que vocês, caríssim@s alun@s, refletem, enxergam, verbalizam, escrevem...

Amanhã todos e todas por lá...aqueles que puderem comparecer!

Espero vocês!

Abraço,

Ana Cláudia

Mostra Cinema e Direitos Humanos -

Quinta-feira, dia 12, às 17 horas, no Porão da Faculdade,  integrando as atividades da disciplina, e no marco da 12ª Mostra Cinema e Direito...