sexta-feira, 5 de abril de 2019

Quanta riqueza...


Gente, vocês não dimensionam a riqueza dos nossos encontros na disciplina Arte e Representação sobre o Crime, o Controle e a Punição. Nós estamos bastante incipientes na organização e dinamicidade da disciplina, mas ela já tem rendido bons frutos.

Ontem, dia 04 de abril, na apresentação dos trabalhos a que os alunos haviam sido motivados apresentar, conseguimos entabular um lindo diálogo reflexivo.

A proposta de trabalho era -  (e ainda é, já que semana que vem teremos mais apresentações) -  a partir da leitura do artigo "O Direito na Arte - A temática jurídica em obras artísticas", escolher uma obra artística, de qualquer gênero, e relaciona-la com a temática da disciplina, e apresentar aos colegas.

Quatro discentes apresentaram suas escolhas, são elas:

1. Obra: Série Orange is the New Black  -  A série se passa em uma prisão e a personagem Sophia Burset é interpretada pela atriz transexual Laverne Cox. A série é americana e o contexto é de uma prisão privada, mas resguardadas as diferenças, foi possível um rico diálogo.

A indicação desta obra propiciou reflexão sobre o aprisionamento de transexuais, e o recente parecer da Procuradora Geral da República na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental quanto à necessidade de que  transexuais cumpram pena em presídios femininos.

Abaixo, algumas indicações de leitura disponíveis na Web:


2. Obra: Livro ‘Presos que Menstruam’ – Obra que analisa da vida das mulheres - tratadas como homens -  nas prisões brasileiras.

Carandiru feminino. A brutal vida das mulheres tratadas como homens nas prisões brasileiras. Grande reportagem sobre o cotidiano das prisões femininas no Brasil, um tabu neste país, Nana Queiroz alcança o que é esperado do futuro do jornalismo: ao ouvir e dar voz às presas (e às famílias delas), desde os episódios que as levaram à cadeia até o cotidiano no cárcere, a autora costura e ilumina o mais completo e ambicioso panorama da vida de uma presidiária brasileira. Um livro obrigatório à compreensão de que não se pode falar da miséria do sistema carcerário brasileiro sem incorporar e discutir sua porção invisível. Presos que menstruam, trabalho que inaugura mais um campo de investigação não idealizado sobre a feminilidade, é reportagem que cumpre o que promete desde a pancada do título: os nós da sociedade brasileira não deixarão de existir por simples ocultação – senão apenas com enfrentamento.


Nosso diálogo transitou sobre o aprisionamento de mulheres, e todas as questões que lhe são afetas: filhos, visitas, visitas íntimas, necessidades pessoais de saúde, higiene, embelezamento...

Indicações de Leitura disponíveis na Web:

http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/cienciascriminais/IV/46.pdf
http://www.justificando.com/2017/01/05/carcere-feminino-mecanismo-de-docilizacao-de-mulheres-desviantes/
https://emporiododireito.com.br/leitura/encarceramento-feminino-e-infopen-mulheres-2018-o-que-dizem-os-dados
https://canalcienciascriminais.com.br/encarceramento-feminino/


3. Obra: Música 'Man Down'  -  Rihana  - Clipe

O Clipe mostra um agressor sexual sendo assassinado por sua vítima, interpretada pela cantora. Nos Estados Unidos o clipe foi bastante criticado, pela violência e por retratar vingança.



Letra da Música:

 I didn't mean to end his life, I know it wasn't right
I can't even sleep at night, can't get it off my mind
I need to get out of sight, fore I end up behind bars
What started out as a simple altercation
Turned into a real sticky situation
Me just thinking on the time that I'm facing
Makes me wanna cry
'Cause I didn't mean to hurt him
Coulda been somebody's son
And I took his heart when
I pulled out that gun
Rum bum bum bum, rum bum bum bum, rum bum bum bum
Man Down!
Rum bum bum bum, rum bum bum, bum rum bum bum bum
Man Down!
Oh mama, mama, mama
I just shot a man down
In central station
In front of a big ol' crowd
Oh, why? oh, why?
Oh mama mama mama
I just shot a man down
In central station
Little 22, I call her Peggy Sue
When she fits right down in my shoes
Whatchu…

Tradução Livre:

Eu não queria terminar a vida dele, eu sei que não estava certo
Eu não consigo nem dormir à noite, não consigo tirar isso da cabeça
Eu preciso sair de vista, antes que eu acabe atrás das grades
O que começou como uma simples briga
Se transformou em uma situação real pegajosa
Eu só pensando no tempo que estou enfrentando
Me faz querer chorar
Porque eu não queria machucá-lo
Poderia ter sido filho de alguém
E eu peguei o coração dele quando
Eu tirei essa arma
Rum bum bum bum, rum bum bum bum, rum bum bum bum
Homem morto!
Rum bum bum bum, rum bum bum, bum rum bum bum vagabundo
Homem morto!
Oh mamãe, mamãe, mamãe
Eu acabei de atirar em um homem
Na estação central
Na frente de uma grande multidão
Oh por que? Oh por que?
Oh mamãe mamãe mamãe
Eu acabei de atirar em um homem
Na estação central
22 anos, eu a chamo de Peggy Sue
Quando ela se encaixa no meu lugar
Whatchu ...

Nosso diálogo, nesse caso, envolveu violência doméstica, crimes sexuais, rede de proteção às mulheres, o papel das Delegacias de Mulheres, "descaso travestido de proteção", demora da prestação juridiscional e/ou a má condução e alongamento das investigações pela polícia (inquérito policial).
Também tratamos do ciclo da violência doméstica – e o papo indicou necessidade de disponibilizar material sobre Lei Maria da Penha (o que faremos na sequência das atividades).

Sugestão de Leituras disponíveis na Web:

https://professoraalice.jusbrasil.com.br/artigos/121813937/os-ciclos-da-violencia-domestica-contra-a-mulher
http://mulheresemprisao.org.br/
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/36042 - Arquivo em PDF - Mulheres que matam.


4. Obra: Música Rap  –  BK'  - Álbum Castelos & Ruínas -  Música  Castelos & Ruínas:


Fragmento da letra: “Meu mano ficou privado uns dois anos
A sua mãe te visitando uns dois anos
Aquilo conserta alguém?
Tá brincando
Entrou obedecendo saiu mandando”

No diálogo que travamos refletimos sobre a captura de apenados que ingressam no sistema penitenciário pelas facções ou organizações criminosas.  A partir daí, a importância de racionalizar a pena de prisão como alternativa punitiva.

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